terça-feira, 5 de agosto de 2008

Texto 36 - Museus e a participação das populações

A autora inicia o texto contextualizando a Nova Museologia e conseqüentemente suas novas ações e participações. A autora considera o ponto de partida dessas transformações, o início da década de 70, onde a inserção da população na ação e no desenvolvimento dos museus de torna primordial.

Comparando as duas fases, se assim podemos dizer, da Museologia, é visível que o museu enquanto espaço de contemplação vem sendo substituído pelo museu enquanto espaço de trocas, trocas essas que transformam constantemente as ações do museu.

Se de um lado via-se o público que olhava para a exposição, agora pode-se enxergar a população que gera seu patrimônio. O contraponto entre esses dois pólos é que permite a visualização ainda dominante dos espaços expositivos inteiramente voltados para o objeto e que só permitem um tipo de interpretação. Com a interação da comunidade isso muda de figura, propiciando que as instituições sejam encaradas como meio de desenvolvimento dessas comunidades, que ao se verem representadas não se dirigirão mais para as coleções em si, mas para o seu patrimônio.

Dessa forma, esse novo museu, permite as populações de mostrarem seu potencial de ação da seguinte forma:

1) Participação na decisão: Desde o nascimento até a manutenção do museu, a população é fundamental nas tomadas de decisão.

2) Investigação participativa: Todas as atividades cabíveis ao museu como: recolha, inventariação, conservação e investigação, devem ser desenvolvidas com a participação da comunidade.

3) Participação na gestão: A gestão das instituições sendo coordenadas por agentes da população possibilita ainda mais que os visitantes (membros da população) se vejam devidamente representados e diminui os riscos de apropriação e utilização do poder usado indevidamente.

A interação das populações no meio museológico (instituição) permite o desenvolvimento das reais preocupações sociais, econômicos, culturais e ecológicas que norteiam uma sociedade, substanciando assim o verdadeiro papel educativo do museu.

Essa nova forma de ação dos museus possibilita ainda a quebra de preconceitos e a possibilidade de expressão das culturas subalternas ou marginais. O museu é, desta forma, um poderoso instrumento político, onde as barreiras são quebradas e a descentralização deve ser adotada como um dos conceitos de desenvolvimento

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