terça-feira, 5 de agosto de 2008

Texto 06 - Memória, espaço, tempo, poder

“Memória-espaço-tempo-poder são, no conjunto, o fundamento essencial, único, inclusive da Museologia” .
A inter-relação dos quatro elementos acima citados forma o objeto a ser gerenciado pelos museus: as referências, ou seja, as construções mentais e/ou físicas, materializando assim a memória.
Assim, pode-se ser trabalhados dois caminhos: fixar-se no passado ou usar essa memória como instrumento de educação e desenvolvimento.
A construção de um museu deveria, então, estar ligada à uma consciência global (física, social e cultural) e à partir disso estudar o homem e sua relação com o meio de maneira compreensível como território em sua especificidade. Assim, “o museu se situa, pois, numa tensão entre especificidade e globalidade” .
Todo espaço é impregnado de história, sendo que cabe ao museólogo em conjunto com a comunidade mapeá-los e identificar tudo o que pode se tornar “instrumento de conscientização, de educação [e] de desenvolvimento (...)” . A tensão do museu situa-se na conservação das memórias ou no desenvolvimento do espaço.
Ao ser apenas considerado como espaço de conservação de coisas antigas e de patrimônio, o museu é definido como apenas instituição, e não entendido como fenômeno, sua real natureza. “O elo de união do museu com o tempo é, portanto, a evidência mesma” : o objeto conta uma história passada, mas continua formulando perguntas para o futuro.
O ideal do surgimento de um museu seria que partisse da vontade da própria comunidade de reconhecer sua memória. “Infelizmente, estes não são os hábitos daqueles que detêm o poder de decisão” .
Visto que tais práticas não são levadas em consideração, vê-se muitas vezes a implementação do museu como atividade de prestígios e status.
ideal, tratando-se do museu, seria evocar a memória ou a história (...) não mais numa situação de aprendizagem, mas numa posição de questionamento, a única que realmente importa.

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