terça-feira, 5 de agosto de 2008

Caderno 03/Texto 06 - Novos cenários culturais da Museologia no contexto da mundialização

As inovações tecnológicas presentes no mundo de hoje modificam as formas de circulação das expressões culturais e os conteúdos dos produtos culturais. O cenário de tais inovações é a sociedade pós-industrial, aonde vem ocorrendo a mundialização, o que interfere no modo de pensar as identidades culturais.

A reflexão proposta neste âmbito é ‘qual é o conceito de cultura’, pois essas se cruzam devido à intensa migração que ocorre. E por conta desta “mistura cultural” afirmar a própria cultura pode se tornar uma atitude racista, agressiva e xenófoba, já que a afirmação significa a exclusão do diferente.

No pensamento latino-americano vem predominando a questão nacional, pelo fato da mundialização estar ganhando espaço. Há uma polarização entre o nacional x mundial e entre particular x geral, referente ao saber humano.

Por parte de políticos, ensaístas e literatos também há uma polarização que se refere ao tradicional x moderno. “A modernidade representa o futuro e a tradição simboliza o passado” . Porém tal fragmentação pode repercutir nos aumento da disparidade entre riqueza e pobreza, na acessibilidade aos bens culturais, no consumo (que é estimulado na sociedade de hoje) e conseqüentemente na qualidade de vida.

No cenário do fenômeno da explosão urbana causada pela mundialização, fala-se em hegemonizar a cultura, porém com a explosão as cidades não param de crescer unindo as mais variadas pessoas, sendo elas ricas, pobres, excluídos, ou seja, grupos que não possuem nenhum tipo de interação (religiosa e cultural). Como fazer a hegemonização com os problemas socioculturais existentes?

“No que diz respeito à cultura e às identidades, a globalização das comunicações produz uma difusão maciça de mensagens culturais que muitas vezes resultam incompatíveis com as situações das sociedades locais” . O que leva a aceitação da dominação de uma cultura (ocidental) “superior” sobre as outras.

Na museologia, a mundialização também gera conflitos, visto que se tem um aparato tecnológico grande para utilizar nas exposições, mas, no entanto não se podem utilizar as novas linguagens devido ao público misto, que conta com setores da sociedade com acesso à educação e a grande maioria analfabeta.

A temática museológica passa a gerar em torno não mais do “fazer história” e sim de uma tentativa de prever o futuro, para justamente não expor os problemas contemporâneos desta mundialização, e sim colocá-la como uma solução.

O papel do museu seria o de testemunho da sociedade que está inserido, sendo estas heterogêneas ou homogêneas, mas também explicar a mundialização que está ocorrendo. Com isso o museu equilibraria suas funções sociais. Mas por conta do contexto da mundialização cabe a pergunta: “Qual será, nos tempos em que estamos vivendo, o espaço social do museu?” .

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