terça-feira, 5 de agosto de 2008

Texto 35 - Museu e Sociedade na visão de Paule Doucet

Scheiner inicia seu trabalho com indagações sobre a questão do patrimônio; como deveria ser o trabalho desenvolvido com ele e qual seria a sua representatividade perante a sociedade e o investigador. Estas indagações são inicialmente elucidadas com o trabalho de Doucet (que até 1999 foi Presidente do MINOM – Movimento Internacional para uma nova Museologia) que na Conferência Geral do ICOM de 1995 expõe fatos para inovar a Museologia. Estas novidades seriam:

• Novas orientações
• Novas estratégias de ação
• Novas metodologias de trabalho
• Novos atores
• Novos públicos
• Novos movimentos

Doucet ainda afirma que o conceito de Museu de que é uma “instituição a serviço da sociedade e do seu desenvolvimento” é limitado e necessitado de uma mudança, pois a sociedade é passível de mudanças durante o seu desenvolvimento na história, mudanças estas que também influenciam a Museologia. Assim, é de extrema importância que a Museologia deve estar consciente dos acontecimentos sociais.

Scheiner também cita Dubet, que expõe 3 movimentos para atuação na Nova Museologia, que são: Racionalização, Subjetivação, Integração. Aos olhos dos investigadores esses movimentos são compreendidos como um “sistema de ação” e para os atores sociais funciona no “campo da ação”.

A combinação desses movimentos funcionaria em primeira instância a partir da relação entre a racionalização e subjetivação, onde ocorre a transformação de Instituições em Empresas culturais voltadas para um específico público. E também a reação de cada indivíduo de um grupo perante aos interesses econômicos resultaria em discursos que refletiriam a afirmação de cada indivíduo.

Na segunda instância é abordado a integração e o desenvolvimento da sociedade que na prática é uma defesa dos grupos sociais e também uma afirmação de grupos fechados de identidade.

Doucet expõe instâncias de análise do ambiente, que são: Continuidade, Câmbio, Racionalização. E para que haja compreensão das ações dos atores individuais e das coletividades deve-se estudar a ação patrimonial destes, para a obtenção das respostas obtidas através de uma análise interpretativa.Tudo tem que ser levado em conta nessa análise, desde o aspecto comportamental do indivíduo, o seu entorno influenciando o seu agir, originando a sua visão de mundo.É com esse sistema que Doucet justifica a sua hipótese como: “a ação patrimonial se constrói num projeto coletivo”. E acerca disso, ela constrói 3 proposições.

A primeira proposição ela aborda que a coletividade,desempenha o papel de sujeito-ator devido a sua relação com o patrimônio em um espaço público e essa ligação está ligada a interesses próprios. A construção da ação coletiva se dá a partir de sua história e a partir da ação, o indivíduo “torna-se” o que ele quer através de suas ações.

Na segunda proposição a questão da preservação da memória é explicitada e atinge um patamar especial para que haja a representação do coletivo e a existência da ação patrimonial.

Na terceira e última proposição se faz a abordagem da Nova Museologia, onde a Museologia comunitária ou coletiva é dinâmica, preservando e respeitando o viver de cada sujeito-ator de um grupo e ela está observando as mudanças dessa sociedade em desenvolvimento para que haja a incorporação total de ambos.

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